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O primeiro estudo global sobre personagens femininos em filmes populares, lançado nesta segunda-feira (22.09) durante a Sessão Especial da Assembleia das Nações Unidas sobre o estado da implementação do Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), revela a profunda discriminação de mulheres e meninas na indústria cinematográfica internacional.
O documento, intitulado “Preconceito de gênero sem fronteiras: Uma pesquisa sobre personagens femininos em filmes populares em 11 paÃses”, afirma que menos de um terço de todos os personagens cinematográficos são do sexo feminino, apesar das mulheres serem metade da população do mundo.
O Brasil aparece bem em termos de presença de personagens femininos na tela, com 37,1% contra a média mundial de 30,9%. O paÃs também tem uma taxa relativamente alta de mulheres cineastas: enquanto no mundo é de 3,9 homens para cada cineasta do sexo feminino, no Brasil há 1,7 homens para cada mulher entre os 10 filmes da amostra. No entanto, o Brasil está acima da média global em mulheres exibidas em trajes sensuais e nudez, e em caracterizar as mulheres magras (42% em comparação com a média global de 38,5%).
“Vinte anos atrás, 189 governos adotaram a Plataforma de Ação de Pequim (CIPD), o roteiro internacional para a igualdade de gênero, que pediu aos meios de comunicação para evitar representações estereotipadas e degradantes das mulheres. Duas décadas depois, este estudo é uma chamada que mostra que a indústria cinematográfica mundial ainda tem um longo caminho a percorrer “, disse a diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka. “Com sua poderosa influência na formação das percepções de um grande público, os meios de comunicação são chave para a agenda de igualdade de gênero. E com a influência vem a responsabilidade. A indústria não pode se dar ao luxo de esperar mais 20 anos para tomar as decisões certas”, acrescentou.
“O fato é que as mulheres estão muito sub-representadas em quase todos os setores da sociedade em todo o mundo e não apenas na tela, mas na maioria das vezes simplesmente não estamos cientes da extensão deste problema. E as imagens da mÃdia exercem uma poderosa influência na criação e perpetuação de nossos preconceitos inconscientes “, disse a fundadora e presidenta do Geena Davis Institute on Gender in Media. “No entanto, as imagens da mÃdia também podem ter um impacto muito positivo sobre nossas percepções. Durante o tempo de um filme, podemos mudar o futuro. Lamentavelmente, há poucas mulheres CEOs no mundo, mas pode haver muitas delas em filmes. Como podemos incentivar mais jovens a prosseguirem carreiras ligadas à ciência, tecnologia e engenharia? Mostrando mulheres na polÃtica, direito e outras profissões nos filmes”, acrescentou a atriz Geena Davis.
As principais conclusões do estudo incluem:
• Apenas 30,9% de todos os personagens são do sexo feminino.
• Alguns paÃses são melhores do que a norma mundial: Reino Unido (37,9%), Brasil (37,1%), e Coreia do Sul (35,9%). No entanto, esses percentuais são bem menores do que população feminina de 50%. Os filmes indianos possuem somente 24.9% de personagens femininos (24,9%) em papéis com falas.
• As mulheres quase não aparecem nos filmes de ação/aventura. Apenas 23% dos personagens com falas são do sexo feminino.
• De um total de 1.452 realizadores, 20,5% eram do sexo feminino e 79,5% eram do sexo masculino.
• Filmes com diretora ou escritora têm significativamente mais meninas e mulheres na tela do que aqueles sem um diretor ou escritor do sexo feminino.
• Sexualização é o padrão para personagens femininos em todo o mundo: as meninas e as mulheres são duas vezes mais propensas que os meninos e homens a ser mostradas em roupas sensuais, parcial ou totalmente nuas, magras, e cinco vezes mais chances de ser referenciadas como atraentes. Filmes para audiências mais jovens são menos propensos a sexualizar mulheres que são aqueles filmes para o público mais velho.
• Adolescentes (13-20 anos) estão propensas a ser sexualizadas como mulheres adultas jovens (21-39 anos).
• Personagens femininas representam apenas 22,5% da força de trabalho global do cinema, enquanto personagens masculinos formam 77,5%.
O estudo foi realizado pelo Instituto Geena Davis de Gênero na MÃdia, com o apoio da ONU Mulheres e da Fundação Rockefeller. A pesquisa analisa filmes populares em alguns paÃses e territórios, incluindo Austrália, Brasil, China, França, Alemanha, Ãndia, Japão, Rússia, Coreia do Sul, Estados Unidos e Reino Unido.
O relatório completo está disponÃvel em www.seejane.org
Como seguimento à Declaração do Milênio de 2000, as Nações Unidas, conduzidas pelo ganês Kofi Annan, estabeleceram os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) visando orientar os esforços da comunidade internacional para o desenvolvimento até o ano de 2015.
Longe de ser um acordo ideal ou vinculativo (que se torna lei nacional ao ser assinado), os ODM também foram considerados reducionistas diante do consagrado Ciclo de Conferências Sociais dos anos 90 e deixaram de fora questões centrais, silenciando, por exemplo, uma já evidente epidemia global de violência contra as mulheres. Apesar das crÃticas, porém, bastante dinheiro foi mobilizado sob o slogan “Oito Jeitos de Mudar o Mundo”, e esse esforço multilateral fez chegar investimentos em áreas essenciais. Mas, no geral, recursos e empenho das lideranças foram insuficientes para o alcance de todos os Objetivos acordados.
Após uma década de trabalho, já em 2011, a ONU reconheceu que empoderar mulheres, desenvolver industrialmente e em escala num modelo ambientalmente sustentável e proteger as pessoas mais vulneráveis das múltiplas crises (como volatilidade nos preços de alimentos e energia, por exemplo) e guerras não é uma tarefa simples, nem pequena. Em tempos de Piketty, é fácil provar as iniquidades que persistem e se ampliam. Apesar da “nova geopolÃtica”, dos avanços tecnológicos e da diminuição de pobreza extrema em paÃses como Brasil e China, a desigualdade continua um insulto à condição humana: quase um bilhão de pessoas vivem com fome e em pobreza extrema, a despeito dos dados abundantes que denunciam os danosos impactos deste modelo, marcado pela concentração de riqueza e no qual a pobreza continua a ser causa e consequência de relações desiguais de poder, seja do ponto de vista de gênero, econômico ou racial.
Assim, apesar do prazo de validade até 2015, o debate sobre o futuro pós-2015 capturou a agenda desde a Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável - a Rio +20, realizada no Brasil em 2012. E, combinado o propósito de reduzir a pobreza no mundo, a questão seguinte foi acordar o “como” isso seria feito.
Para evitar que os novos objetivos ficassem nas mãos do secretariado da ONU (como ocorreu com os ODM), a Rio +20 logo estabeleceu dois processos intergovernamentais. O primeiro, o Grupo de Trabalho Aberto (GTA), para elaborar uma proposta de objetivos que, desta vez, fossem sustentáveis e equilibrados no tripé social, ambiental e econômico. O segundo grupo, a Comissão de Peritos sobre Financiamento do Desenvolvimento Sustentável (CPFDS), deveria recomendar como pagar a conta dos novos objetivos. Agora, ambos os relatórios estão concluÃdos e, juntos com o relato do Painel de Alto NÃvel responsável pelo monitoramento da implementação da agenda pós-2015, subsidiarão a 69ªAssembleia, que definirá a segunda fase da negociação.
E as negociações, na primeira fase foram bem tensas... A proposta do GTA, após 16 meses de duros embates, foi concluÃda em julho, prevalecendo o acordo maior que era o de chegar a um acordo. O documento, aprovado sob aplausos nervosos após uma última negociação que durou quase 30 horas ininterruptas, foi imediatamente criticado pelos paÃses por questões temáticas ou processuais mas, claramente, para além dos 17 Objetivos e das mais de 100 metas, o maior produto foi garantir a base dessa agenda multilateral para erradicar a pobreza.
Todo consenso, porém, tem um preço e esse, pago à vista ou a prazo, não será pequeno depois de paÃses, sociedade civil e agências da ONU divergirem tanto sobre tantos temas. Direitos sexuais e reprodutivos, igualdade de gênero, sociedades pacÃficas/acesso à justiça, ocupação estrangeira, terrorismo e mudanças climáticas encabeçaram a lista das controvérsias, tendo como pano de fundo divergências sobre os meios de implementação e o debate sobre responsabilidades comuns, porém diferenciadas, entre paÃses desenvolvidos e em desenvolvimento.
O movimento global de AIDS, por exemplo, reclama que todo o ODM 6 (sobre AIDS, tuberculose e malária) tenha sido reduzido a uma meta única do objetivo de saúde. Já para o Grupo de Mulheres da sociedade civil (Women’s Major Group), a proposta atual é pouco ambiciosa, não transformará os sistemas econômicos e financeiros, nem promoverá direitos humanos. “O GTA não apresentou meios claros de como implementar as metas (...). Os direitos das mulheres a decidir sobre paz e segurança e a controlar sua sexualidade; os direitos dos povos indÃgenas e os direitos sexuais estão gravemente ausentes dessa agenda (...)”. De fato, mesmo com o compromisso de Ban Ki-moon de que “ninguém será deixado para trás”, a aliança entre muçulmanos extremistas e Vaticano impede gays, travestis e transgêneros, trabalhadores/as sexuais e várias populações mais vulneráveis de entrar na agenda da ONU.
O problema é que esse resultado apenas reflete tendências mundiais. Aqui no Brasil, por exemplo, na evidente disputa com os fundamentalistas, a ala progressista está apanhando de 10 x 0. Basta lembrar do Plano Nacional de Educação, que ignora a discriminação por orientação sexual e o racismo nas escolas; das ideias do Estatuto do Nascituro e da FamÃlia; da repressão à s manifestações populares; e da atual corrida presidencial, onde candidatos/as vendem a alma, ao mesmo tempo, tanto ao diabo quanto à s Igrejas.
Próximos CapÃtulos – A 69ª Assembleia Geral irá responder as questões em aberto. O relato do GTA será a base do documento-zero da nova rodada de negociações, abrindo outra vez cada uma das frases acordadas para debate? A proposta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) será aprovada como está e o novo foco será “como” implementá-los, definir mecanismos de governança e os indicadores?
De um jeito ou de outro, os problemas ainda são vários. O relatório dos peritos em financiamento, por exemplo, considerou o trabalho do GTA, mas não indica como financiar os objetivos, apenas aponta opções para que cada paÃs escolha conforme prioridades e contextos. Já o Fórum PolÃtico de Alto NÃvel, cujo mandato tem instruções claras sobre a participação da sociedade civil, afirma em sua Declaração do Ministerial (de julho) que um processo transparente deve conter contribuições de todas as partes interessadas, mas não deu acesso à sociedade civil aos documentos durante os debates, chegando a excluir as ONGs da observação das negociações informais.
Isso é grave, pois um futuro verdadeiramente sustentável exige mecanismos de monitoramento das ações governamentais e um ambiente propÃcio à atuação da sociedade civil. Os ODS em construção não valorizam a contribuição fundamental e o papel das comunidades para a democracia global. Tanto na ONU como no Brasil a disputa por um Estado radicalmente democrático se acirra, basta ver a atual guerra contra a PolÃtica Nacional de Participação Social.
Sim, há boas propostas que precisam permanecer na segunda fase das negociações – ter conseguido um Objetivo para Equidade de Gênero e Empoderamento das Mulheres, por exemplo. Mas há enormes lacunas nos pilares sociais e ambientais e falta apetite para quebrar o paradigma, comprovadamente desastroso, de “crescimento econômico a qualquer custo”. O ODM 8, que aborda questões chave para a justiça econômica, cujo fracasso todos reconhecem, pediu parcerias globais lideradas pelos governos, mas o que vimos foi o poder do setor privado predominar sobre o interesse público, algumas vezes até corroendo a infraestrutura de serviços públicos e contribuindo para a combinação de contÃnuas crises – alimentos, energia e mudanças climáticas e, claro, para as crises financeiras. E o risco de que o setor privado continue a definir prioridades públicas pós-2015 continua.
A Agenda pós-2015 deveria tratar da democratização da economia, e reconhecer que nenhum objetivo de erradicação da pobreza extrema será suficiente se não incorporar mecanismos para redução da riqueza extrema. Mas isso exigiria, claro, muito maior vontade polÃtica do que a disponÃvel hoje, seja na ONU ou no Brasil onde, apesar de termos instrumentos de regulação do sistema financeiro, como taxas sobre transações financeiras, falta muito para aprovarmos uma tributação progressiva e justa. A reforma tributária hoje é tão necessária quanto a polÃtica.
A verdade é que o atual debate sobre desenvolvimento sustentável na ONU influenciará modelos urbanos, matrizes energéticas e várias polÃticas globais, materializando-se (ou não) em serviços de saúde, educação, segurança, mobilizando bilhões de dólares nos próximos 15 anos. Afetará pessoas que dificilmente saberão dessa discussão e cuja vida a maioria dos que leem agora esse texto talvez jamais suportasse ter.
Depois de andar por grandes favelas em todo mundo e trabalhar em 16 paÃses promovendo ligações entre as polÃticas globais e as locais, pensar desenvolvimento, equidade e direitos humanos é também pensar nas pessoas que ainda hoje veem ratos subindo no colchão sujo de suas crianças, sem ter nada a fazer. É muito fácil explicar a relação entre o colchão sujo, os ratos e a ONU. Quem acompanhar as negociações dos próximos doze meses, entenderá.
*Alessandra Nilo, coordenadora da Campanha TTF Brasil, é jornalista, coordenadora da ONG Gestos e diretora estadual da Abong em Pernambuco. Ela é membro da Força Tarefa de Alto NÃvel para Cairo+20 (www.icpdtaskforce.org) e representa a sociedade civil da América Latina e Caribe no Conselho Diretor da UNAIDS.
*Vera Masagão Ribeiro é Doutora em Educação pela PontifÃcia Universidade Católica de São Paulo (1998), representante da Associação Brasileira de ONGs (ABONG) e integrante do Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais (GR-RI)
Cerca de 805 milhões de pessoas no mundo, uma em cada nove, sofrem de fome, afirma novo relatório das Nações Unidas divulgado nesta terça-feira (16.09). O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo (SOFI 2014, na sigla em inglês) confirma a tendência positiva de decréscimo global do número de pessoas com fome, que diminuiu em mais de 100 milhões na última década e em mais de 200 milhões desde 1990-1992.
O relatório, publicado anualmente pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento AgrÃcola (FIDA) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA), afirma também que a tendência geral de redução da fome nos paÃses em desenvolvimento significa que o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), de reduzir pela metade a percentagem de pessoas desnutridas até 2015, pode ser alcançado, “se se intensificarem os esforços apropriados de forma imediata”. Até a data, 63 paÃses em desenvolvimento atingiram a meta dos ODM, e mais seis estão no caminho para alcançá-la em 2015.
“Esta é a prova de que podemos vencer a guerra contra a fome e deve servir como inspiração para os paÃses avançarem, com o apoio da comunidade internacional, naquilo que for necessário”, escrevem no prefácio do relatório os chefes de FAO, FIDA e PMA, José Graziano da Silva, Kanayo F. Nwanze e Ertharin Cousin, respectivamente.
Eles dizem também que “uma redução da fome acelerada, substancial e sustentável é possÃvel com o necessário compromisso polÃtico”, e que este “tem que contar com informação suficiente e uma boa compreensão dos problemas nacionais, das opções de polÃtica pertinentes, ampla participação e lições de outras experiências”.
O relatório deste ano inclui sete estudos de caso – BolÃvia, Brasil, Haiti, Indonésia, Madagascar, Malauà e Iêmen – que destacam algumas das formas que os paÃses utilizam para combater a fome e como os eventos externos podem influenciar a sua capacidade de atingir objetivos de segurança alimentar e nutrição. Estes paÃses foram escolhidos devido à sua diversidade em nÃvel polÃtico, econômico, particularmente no sector agrÃcola, e à s suas diferenças culturais.
A BolÃvia, por exemplo, criou instituições que permitiram o envolvimento de uma série partes de interessadas, nomeadamente os povos indÃgenas outrora marginalizados.
O Programa Fome Zero do Brasil, que colocou a segurança alimentar no centro da agenda do governo, é a base do progresso que levou o paÃs a alcançar o ODM. Os atuais programas destinados a erradicar a pobreza extrema no Brasil baseiam-se na abordagem de articulação entre as polÃticas para a agricultura familiar com a proteção social de forma inclusiva.
O Haiti, onde mais de metade da população sofre de desnutrição crônica, ainda luta para recuperar dos efeitos do devastador terremoto de 2010. O relatório analisa como o paÃs adotou um programa nacional que permitiu fortalecer os meios de subsistência e melhorar a produtividade agrÃcola, favorecendo o acesso dos pequenos agricultores familiares a fatores de produção e serviços.
A Indonésia adotou estruturas legais e estabeleceu instituições para melhorar a segurança alimentar e nutricional. O seu mecanismo de coordenação de polÃticas envolve os ministérios, ONGs e lÃderes comunitários. Estas medidas abordam uma ampla variedade de desafios, desde o crescimento da produtividade agrÃcola, à s dietas nutritivas e seguras.
Madagascar está emergindo de uma crise polÃtica e retomando o relacionamento com os parceiros de desenvolvimento internacionais destinados a combater a pobreza e a malnutrição. Estabeleceu também parcerias para promover a resiliência a choques e riscos climatéricos, incluindo ciclones, secas ou pragas de gafanhotos, que muitas vezes afligem a nação insular.
O Malauà atingiu a meta dos ODM sobre a fome, graças a um compromisso sólido e persistente para aumentar a produção de milho. No entanto, a malnutrição continua a ser um desafio: 50% das crianças menores de cinco anos sofre de atrasos no crescimento e 12,8% estão abaixo do peso. Para fazer frente a este problema, o governo está promovendo intervenções nutricionais de base comunitária para diversificar a produção de modo a incluir legumes, leite, a pesca e a aquicultura, para promover dietas mais saudáveis, e para melhorar os rendimentos das famÃlias.
Conflitos, crises econômicas, baixa produtividade agrÃcola e pobreza fizeram do Iêmen um dos paÃses com maior insegurança alimentar no mundo. Além de restabelecer a estabilidade polÃtica e econômica, o governo pretende reduzir a fome em um terço até 2015 e fazer com que 90% da população tenha segurança alimentar até 2020. Tem ainda como objetivo reduzir os atuais graves Ãndices de malnutrição infantil em pelo menos um ponto percentual por ano.
As conclusões e recomendações do SOFI 2014 serão discutidas pelos governos, sociedade civil e representantes do setor privado na reunião do Comité de Segurança Alimentar Mundial, que vai decorrer de 13 a 18 de outubro, na sede da FAO, em Roma (Itália).
A campanha pelas TTF demanda uma taxa sobre as transações financeiras internacionais – mercados de câmbio, ações e derivativos. Com alíquotas menores que 1%, elas incidirão sobre um volume astronômico de recursos pois esses mercados giram trilhões de dólares por dia.
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