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De acordo com o Relatório Global de Riqueza de 2014 [The Credit Suisse Global Wealth Report 2014] do banco Credit Suisse, publicado dia 14 de outubro, uma pessoa precisa de apenas 3.650 dólares para estar entre os mais ricos do mundo. No entanto, exige-se mais de 77.000 dólares para ser membro dos 10% que mais concentram a riqueza mundial, e 798.000 para pertencer ao 1%.
“Considerada em seu conjunto, a metade de baixo da população global detém menos de 1% da riqueza total. Em contraste, os 10% mais ricos concentram 87% da riqueza mundial, e o 1% dos mais ricos contabiliza 48% dos ativos mundiais”, lê-se no relatório anual, agora em seu quinto ano.
O relatório, que calcula que a riqueza global tem crescido a um novo recorde – 263 trilhões de dólares, mais do que o dobro dos 117 trilhões calculados para 2000 –, descobriu que a Inglaterra foi o único paÃs no G7 a registrar um aumento na desigualdade no século XXI.
Ativistas antipobreza da organização Oxfam apoderaram-se destes resultados. No inÃcio do ano, eles haviam publicado uma pesquisa que mostrava que as 85 pessoas mais ricas ao redor do globo partilham uma riqueza combinada de 1 trilhão de libras esterlinas, nada menos do que os 3,5 bilhões mais pobres da população mundial.
“Estes números dão provas de que a desigualdade está extrema e crescendo, e que a recuperação econômica após a crise financeira tem ocorrido em favor dos mais ricos. Nos paÃses pobres, o aumento da desigualdade significa a diferença entre os filhos terem, ou não, a oportunidade de ir para a escola/universidade e pessoas doentes de receber, ou não, medicamentos que salvam vidas”, disse Emma Seery, da Oxfam.
“Este relatório mostra que os menos capazes em termos financeiros pagaram o preço da crise, enquanto que mais riquezas inundaram os cofres dos mais ricos”.
O aumento de 20,1 trilhões de dólares na riqueza mundial ao longo do último ano é o maior registrado desde 2007. O total tem aumentado a cada ano desde 2008 e, atualmente, está 20% acima de seu pico antes da crise, segundo o relatório.
Nos EUA, a riqueza no ano passado cresceu 12,3 trilhões de dólares, tanto quanto o paÃs perdeu na crise financeira.
Os analistas do Credit Suisse apontaram para o debate provado pela obra publicada por Thomas Piketty a respeito das tendências a longo prazo sobre a desigualdade. Disseram que, embora a desigualdade tenha crescido em muitos paÃses fora do G7, dentro do grupo das economias mais desenvolvidas foi somente na Inglaterra que ela, a desigualdade, aumentou desde a virada do século.
“Somente um destes paÃses, a Inglaterra, registrou uma desigualdade crescente ao longo de todo o perÃodo de 2000 a 2014, e somente três mostraram um aumento após 2007: França, Itália e Inglaterra”, diz o relatório.
Sobre a Inglaterra, afirma: “Atualmente, o padrão da distribuição de riqueza na Inglaterra é bastante comum para uma economia desenvolvida. Quase 60% da população tem uma riqueza que excede os 100 mil dólares e há dois milhões de milionários entre a população”.
Outros cálculos feitos pela equipe do Credit Suisse “sugerem um aumento da desigualdade na participação da riqueza global em anos recentes”, e mostram que a riqueza geral nos EUA cresceu num ritmo mais rápido do que os rendimentos. Os autores alertaram que isto é uma tendência que pode levar à recessão.
“Por mais de um século, a taxa de rendimento da riqueza tem, em geral, ficado num intervalo estreito entre 4 e 5. No entanto, esta taxa se elevou, brevemente, acima de 6 em 1999, durante a bolha da internet, e quebrou tal barreira novamente durante o perÃodo de 2005 a 2007. Voltou ao ‘nÃvel normal’ na sequência da crise financeira, mas o declÃnio vem sendo, desde então, revertido, e a taxa está agora num nÃvel alto recorde de 6.5, podendo ser comparado somente com o perÃodo da Grande Depressão. Trata-se de um sinal preocupante, visto que as taxas de rendimento da riqueza demasiado altas sempre sinalizaram, no passado, uma recessão”, diz o relatório.
A China, hoje, tem mais pessoas no top 10% dos detentores da riqueza mundial do que qualquer outro paÃs, exceto os EUA e Japão, tendo ocupado o terceiro lugar nos rankings, ultrapassando a França, a Alemanha, a Itália e a Inglaterra.
A campanha pelas TTF demanda uma taxa sobre as transações financeiras internacionais – mercados de câmbio, ações e derivativos. Com alíquotas menores que 1%, elas incidirão sobre um volume astronômico de recursos pois esses mercados giram trilhões de dólares por dia.
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