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“Tudo para nós e nada para os outros" parece ter sido a máxima vil dos donos do mundo, em todas as eras” – escreveu Adam Smith em 1776, no livro A Riqueza das Nações, universalmente considerado o primeiro texto sobre a natureza e a prática do capitalismo.
Os donos do mundo ainda estão entre nós, e se reúnem a cada janeiro em um resort nas montanhas da SuÃça. São denominados a ‘Classe de Davos’ pela cientista social Susan George, do Transnational Institute, no texto de abertura do relatório O Estado do Poder 2013, que acaba de ser lançado pelo instituto.
“Eles são nômades, poderosos e intercambiáveis. Alguns têm poder econômico e fortuna pessoal considerável. Outros têm poder administrativo e polÃtico, geralmente exercido em favor dos que detêm o poder econômico, os quais tratam de recompensá-los. Contradições entre seus membros certamente existem, mas, quando se trata de fazer escolhas na área social, todos costumam concordar”, diz Susan George.
A cientista social desde logo explica que não está questionando a moral de ninguém – haverá por certo muitos banqueiros de bom coração, comerciantes generosos e CEOs socialmente responsáveis, diz ela. “Estou simplesmente dizendo que eles podem ser descritos como classe por se comportarem de determinadas formas, já que servem a um mesmo sistema. A despeito das maneiras suaves e dos ternos bem cortados de seus membros, a classe de Davos é predatória” – afirma.
A classe de Davos está em todos os paÃses – diz ela. É extremamente diminuta com relação à sociedade, e seu dinheiro é à s vezes herdado, à s vezes self-made. Mais importante, possui suas próprias instituições sociais – clubes, escolas exclusivas para os filhos, assim como são seus bairros e condomÃnios, organizações de caridade, destinos de férias, associações, eventos de moda, festas etc – tudo o que ajuda a reforçar a coesão social e o poder coletivo. “Eles dirigem nossas principais instituições, incluindo a mÃdia, sabem exatamente o que querem e estão muito mais unidos e melhor organizados que nós.”
Mas, ela considera, a classe dominante tem também suas fraquezas – uma delas é que tem ideologia, mas não tem nem ideias, nem imaginação. “Seu programa desde os anos 1970, o ‘neoliberalismo’, é baseado em liberdade para a inovação financeira, não importa aonde isso vá dar: na privatização, na desregulamentação e crescimento ilimitado; no mercado supostamente livre e autorregulador; no comércio livre que deu origem à economia do cassino. Essa economia fracassou espetacularmente”, afirma ela.
Susan diz acreditar que ‘nós’ – os anônimos, pessoas decentes – temos os números (e também os votos) ao nosso lado e sabemos o que tem de ser feito e como fazê-lo. “Pertencemos a uma enorme variedade de organizações formais e informais que trabalham por mudanças em instituições e áreas diversas. Coletivamente, temos até mesmo dinheiro. O que não temos é a unidade ou a organização do adversário, e frequentemente nos falta consciência do nosso próprio poder potencial” – alerta.
“O movimento Occupy Wall Street, nos EUA, e os Indignados e outros, na Europa identificaram as enormes desigualdades que prevalecem em nossas sociedades como o ‘um por cento’ e os ‘99 por cento’ – o que, a grosso modo, coincide com a classe de Davos e o resto da sociedade. Em outras palavras, identificaram o adversário” – diz Susan.” E aqui podemos incluir os inúmeros coletivos e organizações latino-americanas que há décadas vêm trabalhando na união e empoderamento popular, se conscientizando da responsabilidade pelo legado à s futuras gerações.
“Nossa missão agora é construir uma vasta coalisão de todos aqueles que concordam com esse diagnóstico, todos aqueles que desejam conquistar um futuro melhor, mas também uma sociedade mais justa, um mundo melhor, um planeta mais saudável. Essas alianças, que devem ser locais, nacionais e transnacionais, não acontecerão por mágica – elas requerem diálogo, debate e o reconhecimento concreto de que, quaisquer que sejam nossas pequenas diferenças de ênfase ou opinião, estamos todos do mesmo lado” – afirma Susan.
“Se não nós, quem? Se não agora, quando?” – pergunta – e nossa resposta não pode ser senão afirmativa.
A campanha pelas TTF demanda uma taxa sobre as transações financeiras internacionais – mercados de câmbio, ações e derivativos. Com alíquotas menores que 1%, elas incidirão sobre um volume astronômico de recursos pois esses mercados giram trilhões de dólares por dia.
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