Estudo mostra impacto da crise na Espanha

Pobreza, exclusão social e desemprego alcançaram amplos setores da população. Na Alemanha, resposta diferente à crise não levou ao desemprego

O Observatório Social da Espanha (OSE), rede de pesquisadores de várias universidades espanholas que desde 2004 analisam a situação social do país analisando os investimentos e serviços públicos, assim como o mercado de trabalho e a distribuição da renda, revelou em seu último relatório, divulgado no último dia 20, que o impacto da crise sobre as famílias, as crianças e os adolescentes espanhois é de grande magnitude.

Uma comparação entre a resposta à crise na Espanha e na Alemanha mostra resultados bem diferentes. A Alemanha, que no início da crise teve uma queda na economia maior que a da Espanha, respondeu, entre outras medidas, com a redução do número de horas trabalhadas. Já a Espanha adotou a desregulamentação do mercado de trabalho, o que facilitou a demissão dos empregados. O resultado é que o desemprego na Alemanha é hoje de 5%, enquanto na Espanha é de 25%. A deterioração da oferta de emprego teve papel determinante no crescimento da pobreza e da pobreza extrema entre as famílias e as crianças.

O estudo mostra que o risco de pobreza aumentou enormemente, incluindo setores das classes média que nunca imaginaram encontrar-se nessa situação. A pobreza não é mais um fenômeno minoritário, já que inclusive os que ainda não se encontram nela sentem-se inseguros. O alcance da exclusão social sobre a população é ainda maior do que o da pobreza e adquiriu dimensões epidêmicas entre amplos setores da população: imigrantes, famílias monoparentais e famílias numerosas. A deterioração das famílias com crianças é muito maior que a das que não têm filhos. O estudo está documentado no livro O impacto da crise nas famílias e na infância, da editora Ariel.

Comentar notícia Populações  Minorias  Indignadas  Indignados  Crise  Sistema Financeiro  Bancos  Austeridade