Paraísos fiscais: a proliferação de empresas-laranja

Jornalistas investigativos descobrem milhares de companhias com diretores de aluguel, geralmente ingleses, responsáveis por milhares de operações clandestinas

O jornal inglês The Guardian, o programa Panorama da BBC e o Consórcio de Jornalistas Investigativos, com base em Washington, nos EUA, fizeram uma ampla pesquisa e descobriram segredos da 'indústria' de empresas em paraísos fiscais. A averiguação descobriu uma enorme rede global de falsos diretores de empresas fictícias, a maioria deles britânicos.

Mais de 21.500 empresas foram identificadas usando um grupo de 28 diretores falsos, possibilitando centenas de milhares de transações comerciais clandestinas, a sonegação de impostos e a ocultação de bens. Eles vendem seus nomes para uso em documentos oficiais das empresas, com endereços em locais pouco conhecidos, do mundo inteiro. Uma série de agências inglesas vendem empresas no exterior, e várias ajudam a encontrar diretores falsos.

O programa Panorama, da BBC, mostra hoje à noite um pesquisador disfarçado pedindo a James Turner, da empresa Turner Little, de York, que o ajude a esconder dinheiro depositado em um banco suíço; em resposta, ele oferece diretores falsos em Belize e diz: “eles nem vão saber que são diretores, basta pagá-los”. A maioria das empresas está registrada anonimamente nas Ilhas Virgens Britânicas (BVI), no Caribe, mas também na Irlanda, Nova Zelândia, Belize e no próprio Reino Unido. A investigação vai continuar: trata-se agora de identificar, país a país, os milhares de verdadeiros donos.

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