Fórum Social Mundial 2013 tem início na Tunísia

Evento reforça luta por governo democrático e laico no país que deu início à Primavera Arabe

Começa nesta terça-feira, 26 de março, em Túnis, capital da Tunísia, a 12a edição do Fórum Social Mundial (FSM) 2013, denominado Dignidade-Karama (dignidade em árabe). Dezenas de milhares de ativistas, dos mais diversos países, participam deste evento de debates, articulação e troca de experiências que teve início em 2001 em Porto Alegre, no Brasil. O Fórum vai até o dia 30, Dia da Terra para os palestinos – quando ele deve ampliar a campanha de solidariedade contra o apartheid imposto por Israel.

Mais de quatro mil movimentos sociais, associações, sindicatos, coletivos e redes – entre as quais 700 da Tunísia – confirmaram participação nas cerca de 1500 atividades, com 11 eixos temáticos, que compõem a ampla programação do FSM. Entre os temas estão: "Por um mundo sem hegemonias nem dominações imperialistas”; "Pela construção de novos universalismos”; "Pela construção de alternativas ao capitalismo e à globalização neoliberal”; "Pela justiça cognitiva: Pelo direito inalienável dos povos ao patrimônio cultural da humanidade”; "Pela construção de processos democráticos de integração e de união entre os povos”.

O arquiteto e ativista brasileiro Chico Whitaker, co-fundador do FSM,
lembrou que o Fórum surgiu para contrapor-se ao “pensamento único do mercado como regulador da História” e que a ideia de controlar e taxar as transações financeiras é uma das responsáveis pelo seu surgimento. Os organizadores destacam que os grupos participantes prestarão “homenagem aos movimentos da sociedade tunisiana, do Magreb e do Mashrek, a suas revoltas e lutas de ontem e hoje, pela justiça social, pela democracia e pela dignidade”.

“Esperamos a participação massiva das mulheres”, falou Halima Juini, da Associação Tunisiana das Mulheres Democráticas e da Liga de Direitos Humanos, “pois nosso futuro está em perigo” – seus direitos estão sendo atacados pelos fundamentalistas do governo. Muitas organizações feministas irão participar. Halima pede o apoio internacional das feministas: “contamos particularmente com as latino-americanas”.

Comentar notícia Gênero  Mulher  Fórum Social  Crise