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A semana da 68ª Assembleia da ONU reúne as maiores autoridades mundiais em Nova York. Todos com agendas próprias, mas também com a responsabilidade coletiva de rever os oito Objetivos do Milênio, definidos em 2000, e pavimentar o caminho para novos objetivos estratégicos de desenvolvimento sustentável, compromisso que assumiram na Rio+20.
O Brasil se destaca entre as economias emergentes, por ter consolidado uma polÃtica internacional marcada por parcerias Sul-Sul, pela defesa da democracia e dos direitos humanos e pelo combate à pobreza - marca registrada do governo Lula que permanece. Mas, enquanto a polÃtica externa avança e cumpre seu papel, é impossÃvel não pensar na enorme tarefa de casa que ainda temos a cumprir.
O paÃs avançou no combate à pobreza, é fato. Mas continua um dos mais desiguais do mundo e, portanto, ainda em débito com parte expressiva da população. Nada menos que 86,53% dos brasileiros se espremem em cidades semi-colapsadas, cinco das quais apresentam a pior distribuição de renda da América Latina: Goiânia, Fortaleza, Belo Horizonte, BrasÃlia e Curitiba.
Na ONU, um dos grandes debates para o futuro é acabar com as inequidades. Há dias explico para pessoas boquiabertas com as notÃcias brasileiras que essa percepção de que vivemos num paÃs desigual levou milhares de pessoas à s ruas de todo o paÃs. Com tanta propaganda externa, fica difÃcil explicar, mas a intensificação recente das atividades prova a importância da intervenção popular nos assuntos da polÃtica.
Passado o agito inicial, o desafio agora é pensar a democratização das polÃticas econômicas, que devem estimular a produção e as atividades sustentáveis que beneficiem o conjunto da população. Reformar o modelo econômico é tão estrutural quanto reformar a polÃtica, e somente essa ação combinada trará equidade ao Brasil, paÃs dividido entre quem tem e quem não tem acesso a direitos, e em que boa parte dos recursos para garantir serviços públicos de qualidade são mal geridos ou sonegados em jurisdições secretas. Lavagem de dinheiro das drogas, comércio ilegal de armas e corrupção já somam US$ 520 bilhões, cerca de 25% do PIB brasileiro.
Democratizar a economia vai exigir redistribuir a riqueza, tocar a reforma tributária e repensar a arrecadação fiscal do paÃs - quem tem mais precisa contribuir mais. Mas não só. É preciso muita vontade polÃtica para questionar os lucros recordes dos bancos, evitar a maquiagem dos dados financeiros, fazer crescer a indústria nacional e diversificar a pauta de exportação, hoje majoritariamente primária.
Há que se erradicar a apropriação do orçamento público pelo privado (modelo que se consolida há séculos) e também erradicar os cartéis consolidados em setores estratégicos - finanças, alimentos, telecomunicações, energia e transporte, só para citar alguns. A lista do dever de casa é grande e inclui ampliar estratégias como a reforma agrária e o estÃmulo à agricultura familiar, pautas que precisam ter força na agenda governamental que, vide Belo Monte ou a indústria da seca em Pernambuco, têm priorizado grandes corporações, monoculturas, matrizes energéticas ultrapassadas e poluidoras.
Crescimento centrado em petróleo e cimento, não nas pessoas, não nos trará desenvolvimento. É preciso fazer a relação entre a economia, o social e o meio ambiente, sem nos pautarmos apenas pelas macroestatÃsticas ou pelos marqueteiros de plantão.
Democratizar a economia será ainda desconstruir o economês e acabar com a distância entre os números no papel e a realidade. Deselitizar discursos e aceitar que pessoas mais pobres entendem, sim, o impacto da volatilidade do preço dos alimentos e da mudança climática sobre suas vidas. Mas essa tarefa exigirá que o Brasil reveja suas prioridades. Nosso crescimento econômico não significou nem vai facilmente transformar-se em desenvolvimento humano e sustentável sem que esteja na ordem do dia a revisão da gestão da produção, distribuição e consumo de bens e serviços.
Ideias e projetos já existem - consistentes propostas foram construÃdas por diferentes movimentos sociais e em articulação direta com o próprio governo. Chegou o momento de tirá-las do papel e razões não faltam para isso. Os gritos nas ruas que o digam, melhor que eu.
A campanha pelas TTF demanda uma taxa sobre as transações financeiras internacionais – mercados de câmbio, ações e derivativos. Com alíquotas menores que 1%, elas incidirão sobre um volume astronômico de recursos pois esses mercados giram trilhões de dólares por dia.
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