Marcha em Nova York marca dois anos do Occupy

População exige fim da austeridade e melhores serviços públicos, local e globalmente. Recursos viriam da Taxa Robin Hood sobre transações de Wall Street

Dezenas de organizações preparam manifestação em Nova York dia 17 de setembro, quando se comemoram dois anos da ocupação do Parque Zuccotti pelo movimento Occupy Wall Street (OWS). A marcha, convocada pela Associação estadual de Enfermeiras e outras 30 organizações, tem início na praça em frente à ONU, que, ao abrir sua 68a. Assembleia Geral, discutirá os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) – metas internacionais para saúde e combate à pobreza a serem alcançadas até 2015.

O roteiro da passeata inclui os escritórios do banco JP Morgan Chase, um dos maiores bancos dos EUA, “que precisa pagar o que deve à população”; a sede do órgão de Transportes Metropolitanos, do qual os ativistas demandam recursos para transporte público e justiça para os trabalhadores; e da secretaria de Saúde, contra o fechamento de hospitais municipais. Serão distribuídos exemplares do livro Occupy Finance, escrito coletivamente por um grupo de trabalho do OWS sobre sistema bancário alternativo.

A juventude nova-iorquina enfrenta hoje o crescimento do desemprego e da dívida estudantil, o fechamento de hospitais públicos e o fim dos serviços em domicílio a pessoas com HIV/AIDS. Motoristas dos transportes públicos municipais estão sofrendo redução nos serviços e fechamento de rotas. “New York está perdendo seu coração”, afirmam ativistas, “tudo em nome de cortes no orçamento induzidos pela austeridade”.

Trabalhadores, líderes sindicais e comunitários e população em geral vão marcar a data manifestando-se contra o recuo da ONU quanto aos ODM, exigindo o fim da austeridade e recursos para financiar as necessidades humanas – local e globalmente. Como pagar por tudo isso? A resposta é a Taxa Robin Hood, pequeno tributo sobre as transações de Wall Street e seus parceiros pelo mundo que seria o antídoto ao sofrimento causado, desnecessariamente, pelas políticas de “austeridade”.

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