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"A Liberdade armada com o cetro da Razão derrota a Ignorância e o Fanatismo." Gravura de Simon Louis Boizot (1793).
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Esta é minha primeira contribuição para o TTF Brasil, um espaço cujo objetivo primordial é trazer uma base conceitual que nos permita digerir, discutir, criticar, analisar e agir em relação à s notÃcias sobre economia, bem como compreender o alcance e as implicações das decisões em polÃtica econômica. Preciso dizer que este espaço é, para mim, uma oportunidade de levar adiante um projeto antigo, que acumulava poeira em algum canto recôndito de minha mente até que eu pudesse dedicar-me a ele.
Há uma vasta literatura, ou mais até do que uma vasta literatura, há um senso comum de que vivemos uma era da informação. Uma era em que somos bombardeados por notÃcias, estudos, opiniões de fontes diversas, mentes diversas, partes diversas. Uma era em que não se possui tempo para fruir um texto sem que se sinta o impulso irresistÃvel de criticá-lo antes mesmo de compreendê-lo. Uma era em que a informação se tornou algo mais que subsÃdio para a produção do conhecimento: passou a confundir-se com o próprio conhecimento e tornou-se capital em um mundo em que é cada vez mais constrangedora a humildade do "não sei".
Todos querem opinar, todos querem ser ouvidos. Poucos querem ouvir. As redes sociais trouxeram consigo uma maior velocidade na difusão das informações e, ao mesmo tempo em que nos tornou leitores de cinco linhas e manchetes, nos encorajou a tornarmo-nos crÃticos da sociedade. Somos metralhados por pontos de vista e ora ficamos tentados a seguir, ora a retrucar. E, nesse novo tabuleiro onde mais uma vez se combate pela verdade (ou pela posse dela), é necessária uma pausa para um questionamento legÃtimo: o quanto sabemos sobre aquilo que a sociedade cada vez mais nos impele a opinar com celeridade?
Vivemos um cenário de crise econômica e polÃtica, há um debate nacional ora mais ideológico, ora mais classista, ora até mais preconceituoso. Se partirmos do pressuposto de que se há de tolerar a coexistência de diferentes visões de mundo, do Estado e da sociedade, como podemos avançar em um diálogo que nos conduza a debater nossos problemas com mais técnica e menos ideologia? Eis o desafio aqui proposto.
Formar opinião sem jogar limpo quanto à base conceitual que subjaz a cada posicionamento tem sido um lamentável desserviço prestado por grande parte da mÃdia brasileira, seja ela favorável ou contrária ao governo. Noticiar os problemas e justificá-los apenas ideologicamente só dá ao grande público as opções de seguir, reproduzir e entrar em um debate muitas vezes fratricida como tem acontecido desde a última campanha eleitoral.
Nosso objetivo é jogar com todas as cartas abertas e apresentar conteúdo que permita mais do que argumentar contra pessoas que possuam uma orientação polÃtica diferente, refletir sobre a raiz dos problemas e, como cidadão, propor, debater, cobrar soluções.
Além disso, queremos que você entenda o que está em jogo e o que muda na sua vida em cada dinâmica polÃtica ou econômica. Se participação polÃtica é um dos elementos estruturantes da nossa ideia de democracia, a educação polÃtica é fundamental para otimizar essa participação. E, mais do que nunca, a participação e a educação polÃtica têm andado de braços dados com o entendimento sobre o que acontece na economia.
Quantas vezes abrimos o jornal e deparamo-nos com uma série de termos, recorrentes, mas nem por isso menos herméticos? Superávit primário, meta fiscal, centro da meta de inflação, dÃvida pública bruta. Imaginamos o quanto tudo isso nos diz respeito, sabemos o quanto somos afetados por um mau momento na economia embora nem sempre tenhamos clareza sobre todas essas palavras e sua repercussão em nossa vida cotidiana. Nesse contexto em que todos vemo-nos impelidos a ter opinião sobre polÃtica e economia, e desejamos ao menos saber projetar nossa situação futura a partir das informações que temos, é fundamental saber ler, entender e desenvolver filtros crÃticos para a informação que encontramos em toda parte.
É a essa demanda e a esse contexto que a seção ‘Mastigando o Economês’ procura oferecer uma contrapartida. A cada semana, procurarei esclarecer uma dessas palavras mágicas, que pululam nos noticiários, mas que ficam obscurecidas ora pelo tecnicismo presente na linguagem de algumas publicações, ora pela dificuldade dos veÃculos em serem satisfatoriamente didáticos. Juntamente com a apresentação dos conceitos, tentarei mostrar que implicações cada um tem em nossa vida cotidiana e o que significam diferentes notÃcias relacionadas a eles.
Espero que você encontre aqui um espaço de aprendizagem e um suporte para estabelecer a sua própria reflexão sobre a nossa realidade econômica.
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Por Arthur de Bulhões, historiador, doutorando em Filosofia, pesquisador em diplomacia econômica e cultural. Também atua como docente e consultor em gestão escolar e relações governamentais.
A campanha pelas TTF demanda uma taxa sobre as transações financeiras internacionais – mercados de câmbio, ações e derivativos. Com alíquotas menores que 1%, elas incidirão sobre um volume astronômico de recursos pois esses mercados giram trilhões de dólares por dia.
http://www.outraspalavras.net